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IPT | 30 anos ao Serviço da Região
É através das palavras de Maria do Rosário Baeta Neves, membro da Comissão Instaladora do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e atual Diretora da Unidade Departamental de Ciências Sociais do IPT que percorremos os corredores de um tempo que nos conduz aos primeiros passos do nosso Instituto.
Acompanhamos a Tomada de Posse da Comissão Instaladora que aconteceu no dia 26 de outubro de 1982 e… tudo começou numa sala por cima do Centro Comercial de Tomar com o apoio de dois funcionários que vinham fora das suas horas de serviço da Escola Santa Maria do Olival. Pouco a pouco a equipa foi ganhando forma com a entrada de outras pessoas. E foi com esta equipa que as páginas da História da Instituição se foram escrevendo. Os cursos foram ganhando forma, cursos onde se procurou valorizar as atividades da região: construção civil, celulose e papel, gestão de empresas. Maria do Rosário conta que “ já estava pensado o curso de arqueologia e restauro e o curso de artes gráficas, o primeiro curso que abria no País.” Estando os cursos criados eram necessárias as instalações, o alojamento e o refeitório. Foi na altura que se realizou um concurso para o refeitório e um restaurante da cidade acabou por fornecer as refeições.
No que toca ao alojamento dos alunos, a ideia era que as residências fossem em “edifícios restaurados no centro da cidade para dar vida ao centro da cidade.” No meio de sorrisos, a professora de economia, revela que “ a ideia de campus não saiu mal em relação ao projeto inicial.”
E depois dos cursos criados, das instalações prontas na avenida Cândido Madureira, os alojamentos e o refeitório, era necessário contratar o corpo docente. Por isso, estipularam dois vetores estratégicos: por um lado, quem iria fazer carreira por outro, os que vinham diretamente das empresas e traziam a parte prática para ensinar. Além do mais, pensaram também naqueles que haviam de fixar-se em Tomar. E foi dessa forma que integraram o corpo docente da instituição professores na altura acabados de licenciar.
A acompanhar e a orientar todo o processo de construção do Instituto Politécnico de Tomar, esteve o seu fundador e primeiro presidente (1982 a 2005), o Professor José Bayolo Pacheco de Amorim e que, na opinião da Professora “era uma pessoa que ensinava tudo”. Recorda ainda, o Professor Júlio das Neves que integrou a Comissão Instaladora e "que fez toda a diferença no seu percurso a convivência com ambos".
Em 1996 começa um novo capitulo com a criação do IPT, autónomo de Santarém. O Instituto Politécnico de Tomar englobava a Escola Superior de Gestão (ESGT) e a Escola Superior de Tecnologia (ESTT). A 1 de Janeiro de 1997, as aulas começam a funcionar no atual campus. Em 1999 surge uma nova escola, a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).
Entretanto, a partir de 2005, António Pires da Silva é convidado pelo Professor Pacheco de Amorim para Presidente da instituição. O Professor conta que encontrou um instituto no seu início, que fazia falta a Tomar e no meio de sorrisos, refere “tínhamos vagas a menos para o número de alunos que existia.”
Em relação ao seu mandato enquanto presidente do IPT recorda que fez uma “ presidência fundamentalmente com as grandes primeiras dificuldades a nível orçamental. Hoje ocupa o lugar de presidente do Conselho da Presidência e confessa, “sinto que cumpri o meu dever. No entanto, havia duas coisas que gostava de ter deixado feito, uma escola de artes e instalações condignas para a associação académica.”
Em 2010 assumiu a cadeira de Presidente do IPT, o Professor Eugénio Pina de Almeida que enaltece a história do IPT e para quem a importância da ligação com o meio envolvente é extremamente relevante. Aliás, essa preocupação verifica-se pela criação das Redes de Centros Politécnicos, da Rede Formação Tecnológica em parceria com todas as Escolas Secundárias do Médio Tejo. Referiu, ainda a importância das diversas relações empresariais constituídas.
De acordo com Eugénio Pina de Almeida ser presidente do IPT “é uma honra, e um orgulho.” No entanto, garante que ser dirigente do IPT foi um desafio acrescido porque “tive por um lado a sorte de ter acompanhado pessoas muito importantes ao longo destes anos todos em que tenho vindo a desenvolver as minhas atividades como dirigente da instituição.” Recorda o Professor Pacheco de Amorim que lhe ensinou muita coisa não só do ponto de vista pessoal, mas também do ponto de vista da gestão de uma instituição como a nossa.
E, na sequência das comemorações destes 30 anos que marcam o início da atividade letiva, conta que pretendem desenvolver um conjunto de iniciativas que se enquadrem naquilo que foi a história do Politécnico. Para isso, vão fazer algumas atividades, Workshops temáticos que vão ser desenvolvidos a partir do Politécnico em parceria com os diretores das Escolas e, também com os docentes. Já se encontram, igualmente, outras atividades planeadas em paralelo com os Parceiros, as Autarquias, por exemplo, como é o caso da Semana da Ciência e Tecnologia, a Semana da Fotografia, a Semana do Empreendedorismo, a Semana de Gestão e outras semanas de divulgação daquilo que é a Ciência. O presidente do IPT conta que pretende ainda “desenvolver algumas atividades de cariz cultural bem como o lançamento de um livro que conte a história não só do ponto de vista da memória escrita, mas também um conjunto de fotografias das pessoas que marcaram a vida do politécnico.”
Um dos parceiros sociais é a Câmara Municipal de Tomar que refere que o IPT tem “uma importância grande para o concelho.” Porque no entender da Presidente da Autarquia, Anabela Freitas durante o tempo em que os estudantes estão a frequentar os cursos dinamizam a economia local, dão vida à cidade. A presidente garante que o objectivo deve ser “ quem venha tirar um curso no concelho se fixe depois no concelho, trabalhando aqui ou na região.”